domingo, 20 de novembro de 2011

ESCOLA MATILDE DUTRA ROZO

HISTÓRIA DE ALVORADA DO OESTE - RO

FORMAÇÃO DO POVOADO DE ALVORADA

João Távora Filho procedente da Cidade Gaúcha, Estado do Paraná, chegou à região em 1976, nesse período ele havia feito uma marcação de um lote de terra rural e denominado sítio Alvorada.

Em 1979, a região pertencia à área rural do Distrito de Presidente Médici, município de Ji-Paraná. Quando um grupo de moradores entre eles Furtuoso Alves Figueiredo, Nelson Francisco dos Santos, Satílio Dias França, Altamiro Amaral, Moisés Amaral Silva, Cícero Pedro da Silva e João Távora Filho líder e idealizador do projeto de formação do povoado de Alvorada D’Oeste, reuniram-se com o objetivo de planejarem a formação de um povoado.

A primeira iniciativa deste grupo ocorreu no dia 20 de abril de 1979, nesse dia decidiram pela construção de uma escola, para atender 20 crianças. A escola foi construída na propriedade de Antônio dos Santos, quilômetro 47,5 da então linha topográfica aberta pela empresa de topográfica Basevi (hoje BR 429) distante a 4,5 km do centro de Alvorada D’Oeste. Trabalharam na construção os voluntários: Wilson Larson Neto, Furtuoso Alves Figueiredo, João Távora Filho e sua esposa Zenaide de Souza Távora. Eles trabalharam na construção da escola nos dias 20, 21, 23 e 28 de abril. A professora Zenaide iniciou as aulas no dia 2 de maio do mesmo ano.

No início do mês de julho de 1979, João Távora Filho vai à subprefeitura e convida o administrador do Distrito de Presidente Médici Antonio Geraldo da Silva (Toninho) a conhecer o local, onde eles pretendiam fundar um povoado. Antônio Geraldo admirou-se da corajosa iniciativa de João Távora e de seus amigos em fundar um povoado no meio da floresta. Toninho aceitou o convide e, na manhã do dia 11 de julho do mesmo ano embarca juntamente com João Távora e o grupo no barco do senhor Wilson e sobre os rios Machado e Muqui e improvisaram com folhas de palmeiras sob o chão e dormiram no meio da floresta. Ao amanhecer alguém disse: já é Alvorada, vamos partir. Eles chegaram ao sítio do senhor João Távora por volta do meio dia do dia 12.

Dia 13 de julho de 1979, houve a reunião para a aprovação do local onde iria iniciar a formação do povoado. Participaram da reunião o Administrador do Distrito de Presidente Médici Antônio Geraldo da Silva “Toninho”. Satílio Dias de França, Satílio José dos Reis, Furtuoso Alves Figueiredo, Altamiro Amaral, Cícero Pedro da Silva, Pedro Pereira dos Santos, Expedito Mariano Gaia, Sebatião Dutra, Dalmo Rodrigues de Oliveira, Sebastião Antônio dos Santos, Jacir José de Oliveira, Joaquim José dos Reis e João Távora Filho.

Definido o local para o início da formação do povoado o administrador do distrito de Presidente Médici Antônio Geraldo promete levar aos conhecimentos das autoridades superiores.

Nesse período a região pertencia ao distrito de Presidente Médici, Município de Ji-Paraná. No mesmo mês Antonio Geraldo foi à sede do Município e comunica ao prefeito “Assis Canuto” a existência da formação de um povoado no Vale do Rio Muqui.

No dia 5 de Agosto, os desbravadores reuniram-se e escolheram o Senhor Arinaldo Alexandre dos Santos para coordenar os serviços de desmatamento da área escolhida, Sebastião Alves Neves como cozinheiro.

No dia 10 de agosto deu início a roçada da área onde iriam formar as primeiras quadras. Nesse dia trabalharam sobre a coordenação de Arinaldo 38 homens, no dia 18 de agosto 22 homens e no dia 28 de agosto o Senhor Satílio José dos Reis que era o encarregado da topografia, também, trabalhou na roçada com 10 homens. No final da tarde combinaram que o senhor Epaminondas do Amaral, trabalharia cinco dias com uma moto serra na derrubada das árvores.

OLIVEIRA, Ovídio Amélio de. Evolução Histórica e Geografia de Alvorada do Oeste, 1ª ed. Dinâmica, Porto Velho, 2001.

HISTÓRIA DE ALVORADA DO OESTE - RO - PROJETO: "TODA MEMÓRIA TEM UMA HISTÓRIA"

PROJETO: “ Toda memória tem uma história”
Profª Rosenaide Aparecida Távora
OBJETIVOS:
- FAZER COM QUE OS ALUNOS APRENDAM A LER E A PRODUZIR TEXTOS, TENDO COMO PONTO DE PARTIDA OS GÊNEROS NARRATIVOS E DESCRITIVOS, AMPLIANDO ASSIM SEUS CONHECIMENTOS DE LINGUAGEM E SUAS POSSIBILIDADES DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL;
- CONHECER À CULTURA E À HISTÓRIA DO LUGAR ONDE VIVEMOS.
- APROXIMAR OS JOVENS ESTUDANTES DAS PESSOAS MAIS VELHAS DO LUGAR ONDE VIVEM E RELACIONAREM O TEMPO E O AMBIENTE COM AS GERAÇÕES ANTERIORES;
- ENTREVISTAR PESSOAS MAIS VELHAS DA COMUNIDADE QUE TENHAM HISTÓRIAS INTERESSANTES PARA CONTAR;
- VALORIZAR A EXPERIÊNCIAS DAS PESSOAS MAIS VELHAS.
- PUBLICAR APOSTILAS/ LIVROS DAS MEMÓRIAS DA CIDADE DE ALVORADA DO OESTE
- FAZER CERIMÔNIA DE LANÇAMENTO DO LIVRO E ENVIAR A ALGUMAS HISTÓRIAS PARA O JORNAL DA CIDADE.

JUSTIFICATIVA: TENDO EM VISTA O PROJETO OLIMPÍADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA SEREM TRABALHOS NO ENSINO FUNDAMENTAL E APROVEITANDO O PLANO DE CURSO DO SEGUNDO BIMESTRE DO ENSINO MÉDIO, A PROFESSORA DE LÍNGUA PORTUGUESA, ESPANDE O PROJETO PARA SEREM TRABALHOS NAS TURMAS DO ENSINO MÉDIO. SALIENTA QUE PARA CASA SÉRIE ERÁ ABORDAR A MESMA TEMÁTICA, MAS COM ÂNGULOS DIFERENTES. PARA O ENSINO FUNDAMENTAL IRÁ SEGUIR AS ORIENTAÇÕES DO CONCURSO, SENDO QUE PARA O ENSINO MÉDIO TERÁ UMA ABORDAGEM DISSERTATIVA.

CONTEÚDOS: TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS; TEXTOS NARRATIVOS E DESCRITIVOS; RESENHAS; ENTREVISTAS/PONTUAÇÃO/VERBOS: PRETÉRITO IMPERFEITO E PERFEITO

DISCIPLINAS: LÍNGUA PORTUGUESA; ARTES; HISTÓRIA E GEOGRAFIA;
PROFESSORA: ROSENAIDE APARECIDA TÁVORA

METODOLOGIA:
1º - ENTREVISTAR ANTIGOS MORADORES DE ALVORADA DO OESTE PARA CONHECER OS LUGARES, MODOS DE VIDA, COSTUMES, ETC.
2º - COLETAR MATERIAL IMAGENS(FOTOS) E OBJETIVOS QUE PODEM TRAZER LEMBRANÇAS DE UM PASSADO.
3º - MONTAR COM OS ALUNOS NA ESCOLA UMA EXPOSIÇÃO COM AS FOTOS E OBJETOS ANTIGOS (organizados com placas para identificação com o nome de seus donos) (ver com a direção o local)

TEMPO: INÍCIO: 22/04/10 À 30/06/10
CRONOGRAMA
Nº Ações Início Término
01 Apresentação do projeto aos alunos 22/04/10 30/04/10
02 Coletar entrevistas 30/04/10 08/05/10
03 Seleção das memórias em sala de aula/ENTREVISTA/MEMÓRIAS LITERÁRIAS 08/05/10 21/05/10
04 Exposição dos materiais coletados e entrevistados; CERIMONIAL 11/06/10

1ª ETAPA / CONVERSA COM OS IDOSOS
E.E.E.F.M. SANTA ANA
PROFESSORA: ROSENAIDE APARECIDA TÁVORA
ALUNOS: 8º ANO A E B (ENSINO FUNDAMENTAL) E 1º ANOS: C; D; E e F; (ENSINO MÉDIO)
PROJETO: TODA MEMÓRIA TEM UMA HISTÓRIA
OBJETIVOS:
- FAZER COM QUE OS ALUNOS APRENDAM A LER E A PRODUZIR TEXTOS, TENDO COMO PONTO DE PARTIDA OS GÊNEROS NARRATIVOS E DESCRITIVOS, AMPLIANDO ASSIM SEUS CONHECIMENTOS DE LINGUAGEM E SUAS POSSIBILIDADES DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL;
- CONHECER À CULTURA E À HISTÓRIA DO LUGAR ONDE VIVEMOS.
- APROXIMAR OS JOVENS ESTUDANTES DAS PESSOAS MAIS VELHAS DO LUGAR ONDE VIVEM E RELACIONAREM O TEMPO E O AMBIENTE COM AS GERAÇÕES ANTERIORES;
- ENTREVISTAR PESSOAS MAIS VELHAS DA COMUNIDADE QUETENHAM HISTÓRIAS INTERESSANTES PARA CONTAR;
- VALORIZAR A EXPERIÊNCIAS DAS PESSOAS MAIS VELHAS.
- PUBLICAR APOSTILAS/ LIVROS DAS MEMÓRIAS DA CIDADE COLETADAS COM CERIMÔNIA DO LANÇAMENTO E ENVIAR A ALGUMAS HISTÓRIAS PARA O JORNAL DA CIDADE.
NOME DO(A) ENTREVISTADO(A) :
IDADE: ENDEREÇO:
FATOS LEMBRADOS:

TEMAS MENCIONADOS

O QUE MAIS CHAMOU A ATENÇÃO

EU__________________________________________ AUTORIZO OS AUTORES DO PROJETO: “TODA MEMÓRIA TEM UMA HISTÓRIA” a publicar minhas memórias.


Alvorada do Oeste-RO,____________DE __________________2010


Assinatura do(a) entrevistado(a)

1ª ETAPA:
CONVERSA COM OS IDOSOS
Grupo de 04 pessoas (aluno) irá conversar com pessoas mais velhas.
Podem ser pessoas da própria escola ou de casa – um vizinho, um parente....
Os alunos podem iniciar o contato perguntando a essa pessoas se teriam possibilidade para conversar, emprestar objetos e fotos antigas, contar lembranças que têm do lugar.
1- O(a) senhor(a) se lembra de alguma passagem marcante de sua via nesta cidade? Que fato é esse? Por que foi marcante?
2- O(a) senhor(a) tem algum objeto antigo ou foto que lembre essa passagem de sua vida

TEMAS QUE PODEM DESPERTAR LEMBRANÇAS NOS ENTREVISTADOS
MODO DE VIVER DO PASSADO
TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS DA COMUNIDADE
ORIGEM DA COMUNIDADE
ANTIGOS LUGARES DE TRABALHO
PROFISSÕES QUE DESAPARECERAM
EVENTOS MARCANTES

2ª ETAPA: VESTÍGIOS DO PASSADO
Para ampliar o repertório em relação a costumes, hábitos, paisagens, formas de agir, de vestir, características de outros momentos a história do lugar onde vivem.
3- Localizar e pegar emprestado as fotografias de espaço público como prefeitura, igrejas e até mesmo em estabelecimentos comerciais;
4- Coletar objetos antigos: cartas, utensílios domésticos, roupas, maquinas antigas, discos, ou algum objeto mencionado pelo entrevistado.
“ Fotos e objetos serão elementos importante para promover a aproximação do passado. Mas não se esqueçam que a fonte mais rica são as pessoas entrevistadas”.

PRODUÇÃO DE TEXTO DOS ALUNOS (ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL)

3ª ETAPA: A EXPOSIÇÃO: (ENSINO MÉDIO)
Montar com os alunos, na escola, uma exposição com as fotos e os objetos antigos que eles conseguiram reunir enquanto realizavam a pesquisa.
DISTRIBUIÇÃO DE TAREFAS ENTRE OS ALUNOS:
1 -GRUPOS PARA ORGANIZAR OS OBJETOS E FOTOS;
2 -FAZER CONVITES E CARTAZES DE DIVULGAÇÃO; (CONVIDAR COLEGAS DE OUTRAS TURMAS; PROFESSORES E SEUS FAMILIARES PARA VISITAR A EXPOSIÇÃO)
3 - RELATÓRIO DAS VISITAS;
4 - FILMAGENS E FOTOGRAFIAS
5 - CRIAR FILMES DOS MATERIAIS COLETADOS / RECONTAR A HISTÓRIA COLETADAS;

HISTÓRIA DE ALVORADA DO OESTE - RO - DEPOIMENTO DE JOÃO TÁVORA FILHO

“Toda Memória tem uma história”
Em 13 de agosto de 1974 cheguei em Presidente Médici vindo do estado do Paraná, mais precisamente de cidade Gaúcha, norte do estado próximo a Umuarama e Cianorte.
Juntamente com a minha esposa Zenaide de Souza Távora e meus cinco filhos: Nilton Cezar, Valdir, Marta Regina, Rosenaide e Nádia Paula.

Estabeleci-me com uma oficina de bicicletas e exercia a profissão de pintor.
Quando o Sebastião Alves Neves (Tião Preto) ofereceu-me uma marcação. E eu perguntei o que é uma marcação? Ele respondeu-me: Marcação é terra rural. E todo entusiasmado respondi: “ Foi isso que eu vim buscar em Rondônia”.
Perguntei-lhe onde ficaria essa marcação? Ele esboçou com os lábios é disse: “ É bem aí”. Ansioso indaguei ao mesmo sobre a distância. Ele disse 52 quilômetros e teríamos de ir de a pé com cacaios nas costas. Todo ingênuo perguntei: O que é Cacaio? Cacaio (risos) E uma calça comprida amarradas em um saco de pano.
Na data marcada saímos (Satilião, Furtuoso, Nelson Preto, Antonio Santos, Zé Carlos, Caetano, Zezinho, Chaguinha, Móises Amaral, Epaminondas, Zé Heleno, Pedrinho, Valdo, Arinaldo, Zé Balbino, Joaquim Barbeiro, Satilinho, Tião Preto, João Távora, Juventino, Dalmo, Sebastião, Aristides, Cachimbo de Ouro, Jorge Mariano e Zé Morais) Presidente Médici. Quem tinha condução (bicicleta) pedalavam pela picada aberta pelo INCRA até a 4ª linha, e atravessavam o rio com barcos ou balsas.
Já com cacaios nas costas e guiados pela topografia adentramos na mata e percorríamos até a 6ª linha e pernoitávamos no RANCHO DAS PIMENTAS. . Na madrugada do dia seguinte, após merendar com um delicioso “Quebra Torto” (café com comida) demos continuidade a nossa jornada, e após descansarmos no topo da serra da 6ª linha, caminhamos até o barraco próximo ao Rio Ricardo Franco, enquanto uns cozinhavam outros iam pescar com anzol de espera, jantamos e pernoitamos sobre as folhas de coqueiros. E o senhor Satilião atiçava o fogo com gravetos para não apagar.
No outro dia, durante o café (comida feita na hora com peixes pescado na noite anterior) o líder do Grupo Satilio falou dos riscos que teríamos ao atravessar o rio e que tínhamos que estarmos sempre perto um do outro.
Não tínhamos experiências com o mato, ao nos prepararmos para atravessar o Rio, o velho Satilião convidou-nos para rodearmos o barraco e nos deparamos com rastros de onça, pois enquanto dormíamos tranquilamente onças rodeavam nosso barraco.
Mesmo assim demos continuidade ao trajeto até chegarmos no barraco do senhor Satilião no km 50. Depois descansarmos o senhor Satilião distribuiu os mutirões para cada marcação. E nisso ficávamos nas derrubando e roçando até acabarem as mercadorias. Voltávamos para Presidente Médici rever a família e trabalharmos para adquirirmos mais recursos para comprarmos mantimentos para a família e para trazer para as marcações.
Nessas andanças percebemos que os seringueiros navegavam com pequenos barcos com rabetas no Rio Ricardo Franco e que na nascente do mesmo morava o senhor Mala Velha e que percorria o rio até o Barracão do Seringueiro José Milton Rios, no Km 12 BR 364, fundos com o Rio Machado, onde negociavam seus produtos. (borracha em troca de produtos).
Convidei senhor Wilson Larson para explorar o Rio, pois o mesmo tinha uma marcação rio abaixo. O senhor Wilson aceitou. Na época das chuvaradas trazíamos mercadorias de barco do Rio Machado até o Rio Ricardo Franco. Posteriormente eram trazidas nos lombos dos animais até o barraco do senhor Furtuoso. Na estiagem o rio era inavegável.
Os cacaieiros adquiriram marcações (lotes de terras rurais) nas: linhas: 40 - residem os cacaieiros e pioneiros: João Munhoz, Pedro da 40, Euclides e Valmor Prá, família Aquiles e outros; - 44 Niel, João Resende e Etiene; 48 – Antonio Paulista, Nelson Arebalo, Jovino, Tião Pé no Chão, Senhor Jordão, Otavio Dourado, Antonio Casais e Pedro da Rocha;
Na linha 52 – Lado esquerdo: Henrique Beliski, Estevão Rack, Joviano Magdalena , José Macedo, Moises Amaral, Epaminondas do Amaral, Jose Heleno, Cícero Pedro da Silva, Adalto, Edmundo, Benvindo, Durval, Geraldo dos Prazeres, Geraldo; Joaquim Paulino. No lado direito: Pedro Gomes Feitosa, Valdo, Zé Balbino, Joventino Mineiro, Joventino Atanazio, Genezio, Expedito, Zé Antonio, Marcelino, Atalibio, Dalir e Lírio Paganini, Pedro Dantzuk, José Belinski, Estevão Raski, Fernando Ferro Barbosa, Jair dos Santos e Chiquilito.
Na linha 60 – Sebastião Dutra e Joao Macena.
Na linha 64 – Paulo Jose Almeida e Jose Ferreira da Silva.
Na linha 68 – Damiao Viana da Silva, Aleixo Ramos Rocha, Geraldo Pereira Santos, Laércio, João Oliveira, Jose Viana da Silva, Francisco Xavier Santos, Avelino Souza, Irineu Ribeiro Santos, Joao Viana da Silva, Jose Joao Oliveira, Claudina Rocha e Zinho Jose Ferreira da Silva.
Na linha 72 - Sebastiao Priano.




Poesia que retrata os “CAcaieiros”



OS CACAIEIROS
Bonifácio Almodóvar
Surge no horizonte da estrada
Um vulto balanceando,
Uma figura pacata,
Esgotada, tropeçando,
Traz no semblante a marca
Do quanto vive penando.

As costas já em feridas
Pelo cacaio pesado,
A roupa grossa em costuras
Em um chapéu desabado,
É ele o Cacaieiros
Nosso valente “soldado”.

Na luta do dia a dia
Deposita confiança,
A terra que planta e colhe,
Sua verdadeira esperança,
Defende-a e morre por ela
Com aparente ganância.

Por essa terra que luta
Enfrenta o sol, a poeira,
A chuva torrencial,
Feras e riscos em fileira,
A doença inimiga,
E às vezes, a morte traiçoeira.

Tudo só por um quinhão
Onde passa o senhor,
Tudo por sua família
A quem devota seu amor,
Tudo isso por Rondônia,
Nosso Território em flor.

Olhai, senhores do mando
Por esses pobres coitados,
Dêem-lhes estradas, dêem-lhes escolas
E sentir-se-ão saciados
Em troca eles nos darão,
Além de pão, um novo Estado!...

Ato contínuo
No primeiro dia de roçada, fizemos marco de madeira e demarcamos as divisas dos lotes.
A primeira demarcação foi do senhor Dalmo, o lote ficava no sentido leste com 170 metros. Há 50 metros da topografia existia uma árvore grossa e comprida. E perguntei que madeira era essa? E Epaminondas (já falecido) respondeu: É um Angelim. E eu disse: “Essa árvore vai ser para a primeira serraria de Alvorada”.
Os demais falavam “esse cara é louco”, só porque o sítio dele chama Alvorada vai ter uma serraria aqui”
No final da roçada simpatizei-me por uma árvore grossa e comprida. Perguntei desconfiado outra vez. Que árvore é essa? Um deles respondeu: É Mogno. E afirmei a todos: “Esse Mogno será para construir a Igreja católica” olharam para mim e falaram baixinho: “Esse cara pirou! Onde já se viu uma Igreja católica no meio da mata”.
Posteriormente começamos a derrubada, eu emprestava a motosserra por troca dias de serviços e trocávamos mercadorias por mão de obra.
Ao fazer o mutirão para construirmos nossos ranchos, o senhor Wilson indagou-me por que o “RANCHO TÃO ENORME” (6 x 9), pois do Satilio era bem menor? Eu respondi que minha família era grande. O senhor Wilson com ares de riso disse: “Aqui nunca vai existir uma criança chorar , nem um galo cantar”.
E eu assegurei que aqui haveria crianças, galos, energia e estrada. E no tom de deboche ele imitou com os lábios o barulho do motor de carro e disse: “Clareou – já ligaram o motor”
Em 1976 permanecia mais tempo no sítio Alvorada, porque desfiz da bicicletaria e para manter o sítio eu ia até Presidente Médici trabalhar de pintor. Em meados de 1977 foram feitas as vistorias do INCRA e a regularização das demarcações. A vistoria ocorreu no dia 21 de setembro do mesmo ano com nº 247/77 pela coordenaria especial do INCRA do Território Federal de Rondônia, que logo recebemos a carta de ocupação de uma área de 100 ha. Denominada Sítio Alvorada, localizada à margem direita do Rio Ricardo Franco, município de Porto Velho.
Em 1978, com os ranchos prontos as colheitas guardadas, as criações em fase de crescimento, começaram a vir às famílias dos cacaieiros e pioneiros.
No início do ano de 1979 minha família (Zenaide Távora, Nilton Cezar, Valdir, Marta Regina, Rosenaide, e Nádia Paula) fixou residência no sítio Alvorada. Com aumento das famílias no lugarejo houve a necessidade de uma escola. Fizemos um diagnóstico para saber a quantidade de demanda de alunos bem como sua localização. Após constatamos que a maioria dos alunos moravam em uma distância de 8 quilômetros de onde seria a sala de aula. (Rancho do Senhor João Távora) então optamos centralizar o trajeto dos alunos, construindo assim a escola no km 47,50, no sítio do Senhor Antonio. A senhora Zenaide Távora, Penha, Wilson, Antonio, Furtuoso e seus filhos e toda minha família trabalhamos incansavelmente na construção da escola. A escola era simples de “madeira lascada”, as carteiras eram tocos fincados no chão.
As aulas tiveram início no dia 02 de maio de 1979 com a Professora Zenaide de Souza Távora, com apenas 20 alunos, tendo como merendeira voluntária a Umbelinda filha do senhor Nelson.

O senhor Joaquim Lopes dos Reis (Joaquim Barbeiro) conduzia com espingarda nas mãos, seus 3 filhos: Sidnei, Jailton e Juraci da Linha 56 da topografia até o sítio Alvorada. Do sítio ALVORADA a professora Zenaide juntamente com os alunos próximo, deslocavam-se até a escola recém construída. E durante todo o ano letivo os alunos e a professora faziam esse percurso. E no dia 03 de novembro a professora do povoado teve que se afastar de suas funções, para dar a luz a uma linda menina, que se chama Nagima Aparecida de Souza Távora.
No final de outubro com a vinda dos servidores da SUCAM, que borrifou os ranchos existentes. Os equipamentos (bombas e D.D.T) vieram de carro até a 8ª linha. e depois carregado no lombo de animais até o povoado.
De volta para Vila de Rondônia os servidores da SUCAM transportou dona Zenaide até ao Hospital, deixando um Posto de Notificação com matérias: lâminas, estiletes e medicamentos necessários para combater a malária.




Início do povoado
No dia 11 de julho de 1979 o administrador do município de Presidente Médici, Antônio Geraldo da Silva (Toninho) e sua comitiva aceitaram o meu convite embarcaram no bote do senhor Wilson e vieram conhecer o novo povoado, e sob folhas de coqueiros pernoitaram às margens do Rio Ricardo Franco, ao amanhecer após o café e comida feita na hora, alguém disse: “Já é Alvorada vamos partir”.
Chegaram ao sítio Alvorada por volta do meio dia (12 horas) onde eu e o senhor Joaquim Barbeiro estava carneando uma anta, abatida na madrugada, nas margens do Igarapé do sítio do senhor Joaquim.
O Toninho e comitiva pararam em frente ao Rancho e avistou além da anta uma placa com o símbolo de Brasília e mais o nome do sítio de Alvorada e o nome do proprietário: João Távora Filho.
O Toninho disse-me: “Joãozinho se sair mesmo essa porcaria de cidade que você quer fundar no meio da selva - Eu vim porque gosto muito de você .Onde já se viu fundar uma cidade no meio da mata. – Você esta ficando louco.”
No dia 13 de julho de 1979 o senhor João Távora em companhia do Toninho, e mais os pioneiros e cacaieiros: Satilio Dias de França, Satilio Jose dos Reis, Furtuoso Alves Figueiredo, Altamiro Amaral da Silva, Cícero Pedro da Silva, Expedito Mariano Gaia, Sebastião Antonio dos Santos, Dalmo Rodrigues de Oliveira, Joaquim Lopes dos Reis, Lacir Jose de Oliveira, Sebastiao Dutra e Pedro Teixeira da Silva, visitam e aprovam o local da futura cidade escolhido por João Távora.

Dia 14 de julho de 1979 – O Toninho e comitiva voltam de barco do senhor Wilson Larson para Presidente Médici para comunicar aos administradores de Vila de Rondônia (Ji-Paraná) e ao Governo do Território Federal de Rondônia “TEixeirão”. Recentemente empossado no dia 10 de abril do mesmo ano.
Em uma reunião dia 05 de agosto de 1979 no Rancho do sítio Alvorada, onde estavam presente os senhores:Altamiro Amaral, Cícero Pedro da Silva, Pedro Gomes Feitosa, Arinaldo Alexandre dos Santos, Sebastiao Alves Neves, Satilio Jose dos Reis, Moises Amaral da Silva, Epaminondas Amaral da Silva, Furtuoso Alves Figueiredo e Joao Távora, o mesmo sugere que fosse feito uma clareira nas 4 quadras demarcadas, com os seguintes responsáveis: Arinaldo pela desmatação; Sebastião Alves Neves para cozinhar; Satilios Jose dos Reis pelos serviços topográficos. Ficando para o Dia 10 do mesmo mês o inícios das atividades.

No dia 10 de agosto, sob o comando do senhor Arinaldo 38 homens iniciaram a grande e corajosa jornada, no qual as primeiras quadras mediam 100x100 metros, áreas remanescente de 800x1000 desmembradas dos lotes do senhor Valderi Rocha Rodrigues, Antonio Lisboa dos Santos, Sebastião Antonio dos Santos e Dalmo Rodrigues de Oliveira. No dia 18 de agosto apenas 22 homens deram continuidade aos serviços;
No dia 08 de setembro com o afastamento do senhor Arinaldo e família, o senhor Satilinho assumiu o comando do serviço e trabalhou com 10 homens. O senhor Epaminondas durante os dias 10,11,12,13 e 14 do mês de setembro, derrubou com motosserra as árvores das quadras ora citadas.
No dia 05 de outubro o senhor Satilinho ateou fogo na derrubada, ficando responsável pelo loteamento da área.
No dia 06 de outubro - João Távora Filho foi à Ji-Paraná (Vila de Rondônia) fazer um Curso de Enfermagem no Hospital Regional e convidar o Padre Romano para realizar a Missa Campal.
No dia 10 de outubro o mesmo retornou a Presidente Médici e juntamente com Toninho, Otavio Dutra, Jovelino Jovino de Oliveira, visitam o administrador Assis Canuto onde o mesmo promete ajudar o povoado e a convidar o Governador “Teixeirão” para visitar o povoado. O mesmo questionou ao senhor João Távora sobre o tamanho do povoado e o mesmo respondeu que era 800x1000, “mas que o povoado seria uma grande cidade”. Questionou acerca do nome e o senhor João Távora disse que seria ALVORADA, coincidindo com o pensamento do Toninho.

Eu disse ao Assis Canuto que na visita do Ministro Mário Andreazza à Ji-Paraná (ex-Vila de Rondônia) em seu discurso saudou a população local de “POVO DO OESTE BRASILEIRO” , então o administrador completou: “ALVORADA D’OESTE”. No mesmo dia comissão vão ao INCRA e pedem a demarcação de terras (vistorias) que logo em seguida foi vistoriada pelos técnicos e demarcadas pela BASEVI.

PRIMEIRA MISSA CAMPAL
A Missa Campal foi realizada pelo Padre Roman Klibonski (PADRE Romano) acompanhado pelas irmãs: Dione e Márcia, no dia 21 de janeiro de 1980 embaixo de uma árvore coberta por uma lona, havendo o primeiro casamento de Arnaldo, filho de Arinaldo e Eutália dos Santos com Maria Vilma filha de Dalmo Rodrigues de Oliveira e Maria de Oliveira e os batizados de: Luzia Vitorino da Silva, Francisco Marinho Germiniano e Marcos Oliveira dos Santos. Assentando a “pedra fundamental” em dois lotes (datas) de uma das quadras urbanas para a construção da Igreja Matriz e a casa das irmãs, local requerido anteriormente pelo senhor Toninho aos fundadores, no ensejo a Dona Idalina Marques Larson adquiriu uma Bíblia Sagrada de Alvorada d’Oeste do Padre Romano.




CONSTRUÇÃO DA IGREJA E ESCOLA
Com arrecadação de taxas de 200 cruzeiros por terreno, iniciamos a construção da Igreja Católica feita de lascas de coqueiro e coberta de taboinhas na quadra reservada para a matriz.
E a Escola Santa Ana na quadra 11 lotes 16 e 17 na Rua Guimarães Rosa atual dependências da EMATER.

As aulas iniciaram no dia 01 de março de 1980 com a Professora Zenaide de Souza Távora e seus alunos.

Com as sobras de madeiras foi construída o rancho do OSMIR MARTINS FERREIRA, na topografia da futura rodovia RO-02 atualmente existe a Padaria Meneguci e o rancho do senhor JOSE SOARES PEREIRA, popular “Cachimbo de Ouro”, na topografia da futura RO-02.

A primeira família a morar nela foi a do Silveriano Pereira Rodrigues, “Padeiro Preto” com Dorvalina e seus filhos: SIRLENE; SANDRO; SIRLEN; SANDRA; DIOVANE E SILVANE. Colocando um bulicho, no qual trazia as mercadorias da 4ª linha em um lombo do animal do senhor Nelson Arebalo. Recentemente no local é o Supermercado Central Mais.

Dia 03 de abril de 1980, houve uma reunião para a escolha do primeiro administrador de ALVORADA D’OESTE, para distribuir lotes da área urbana foi escolhido o senhor Satilio Jose dos Reis, conhecido “Satilinho”, que ocupou o cargo até final de outubro do mesmo ano. Surgindo uma ideia de que cada proprietário de lotes deveriam fazer um picadão ou picada na topografia da futura rodovia RO-02 da 8ª linha até as margens do Rio Ricardo Franco e do Rio Ricardo Franco à Alvorada d’Oeste. Iniciando assim no dia 10 de abril do mesmo ano a roçada da RO-02 e neste mesmo dia, comemoramos o primeiro ano de governo do Teixeirão e tivemos a presença do Padre Silvino que rezou a primeira missa na igreja construída de lascas de coqueiro e coberta de taboinhas.

Dia 22 de abril de 1980, tivemos a visita do Governador Teixeirão e sua comitiva no povoado, estavam presentes: Assis Canuto - Prefeito de Vila de Rondônia; Antonio Geraldo “Toninho” – administrador e José Bianco – Diretor de Esporte e o Dr. Manoel Lamego.
O Governo Teixeirão disse aos presentes: “DEUS GUIA OS CACAIEIROS E PIONEIROS DE CARÁTER NA FRENTE E DEPOIS DE TUDO PRONTO O DIABO TANGE OS RATOS ATRÁS”.


João Távora aproveita a presença do governo no povoado e pede o patrolamento das picadas aberta pelos pioneiros, energia elétrica, bem como um posto médico. O patrolamento foi concluída em 20 dias (13/08/1980 à 03/09/1980). Inaugurando-a no dia 05 de setembro, bem como o Comemorou-se o Dia da Independência do Brasil, com fanfarra, asteamento da Bandeira do Brasil e com um grande desfile dos alunos da Professora Zenaide Távora. O governador e sua comitiva almoçam com a comunidade carne de caça e mandioca, originada da linha 48 pelo senhor Nelson Arebalo.

Dia 16 de outubro de 1980, iniciou a construção da Termo Elétrica da CERON, no terreno 80x100 metros, doado pelo senhor João Távora Filho. E o primeiro motor gerava energia no período de 18:00 horas às 23:00 horas. Ampliando paulatinamente o tempo e o terreno, terreno esse que em 1997 foi ampliado 10x80 metros para assentar mais dois motores geradores.
Dia 22 de outubro de 1980 o engenheiro Civil Mario Olvil e como mestre de obra Valdir Moreira da Silva ao iniciar a construção do HOSPITAL F/SESP, perceberam que o terreno era pequeno e pediram ao Senhor João Távora um terreno maior no qual o mesmo, doou um terreno 100x100 para a construção do Hospital. Onde com o término do estágio do Curso de Enfermagem ficou responsável pelo Posto de Saúde no povoado. E em 01 de agosto de 1981 foi contratado pelo Governo do Território Federal de Rondônia como auxiliar de serviços médicos - classe A – referência 11. E em 14/01/83 o mesmo pede rescisão do contrato
Desfile 1982



PONDE RIO RICARDO FRANCO


ELEIÇÕES 1982
Nas eleições de 1982 foram eleitos pelo PDS: Odacir Soares; Claudionor Roriz e Galvão Modesto – Senadores ; Assis Canuto e outros – Deputado Federal; Jose de Abreu Bianco e outros – Deputado Estadual; Jose Cunha e Junior e Carlos Morong – Prefeito de Presidente Médici e José Paulino PDS e Osmir Martins Ferreira/PMDB e outros para vereadores.
Dia 09 DE ABRIL DE 1984 foi desmembrada a área urbana dos lotes rurais.
Dia 03 de maio de 2003, por ocasião da limpeza da cidade para a comemoração do XVII aniversário de Emancipação Política e administrativa o senhor João Távora pediu ao Prefeito Paulino Ribeiro Rocha que ouvisse o senhor Jose de Almeida da Silva, após a conversa o então prefeito contratou o mesmo que prestou serviços ao município um ano e quatro meses e quatorze dias.
No ano de 2000 o Prefeito Municipal Paulino Ribeiro da Rocha recebeu a visita do outro Superintendente do INCRA, Anselmo de Jesus e Eduardo Valverde – Deputados Federal e Jose de Almeida e articularam o registro o desmembramento da área urbana. Havendo somente o registro no final do mandato do Prefeito (17 de setembro de 2004). Deixando para o outro administrador uma emenda parlamentar de R$ 75.000,00. (Dep. Marinha Raupp) para executarem o Plano Diretor Participativo.
Aproximadamente cinco anos depois (18/09/2009) houve uma audiência pública de regularização fundiária de baixa renda, improdutiva.
E no dia 17/09/2010 depois de 26 anos, 05 meses e 18 dias, por meio da DNIT e FUNDAÇÃO RICARDO FRANCO houve a 2ª audiência pública, que apresentaram o pré Programa de Apoio às prefeituras e Plano Básico Ambiental da Rodovia BR 429. Estando presente: João Távora, Joviano Magdalena , Souzinha do SAAE dois representantes da Casa Legislativa (PT – PV) Professora Rosenaide Távora e seus alunos do Ensino Médio, não existindo no local os representantes do município;(prefeito e vice) presidente do legislativo municipal; os sete vereadores.

1º TIME EM ALVORADA – NACIONAL


CONSIDERAÇÕES
Considerando as tarefas incumbidas a mim foram executadas com perseverança e dedicação e, embora sabendo de que nem sempre conseguimos só acertar uma vez que somos humanos, continuamente tentei alcançar o maior número de acertos. Considerando ainda que até então poucas realizações foram concluídas pelos governantes locais que aqui antecederam. Apesar de incompreendido e injustiçado pelos “ratos” que assume o poder político desde de 1987 que contribui com uma parcela satisfatória no fundação, desenvolvimento e divulgação de Alvorada do Oeste, bem como no área do esporte. Pois em se tratando de setores polêmicos de renovação de ideias nesta área, seria sempre benéfico ao desenvolvimento de nossa cidade, estado e nação.
Contando com a compreensão de nossos munícipes, de minha esposa e filhos contentes e descontentes por derradeiro desejo consignados o apoio de minha família, dos pioneiros, cacaieiros, dos colaboradores indiretos do governador Jorge Teixeira ( Teixeirão) do prefeito Assis Canuto, do administrador de Presidente Médici – Toninho, do vereador Osmir Martins Ferreira do PMDB e JOSE PAULINO DE OLIVEIRA DO PDS e do Dep. Est. Jerzi Badocha do PMDB que lutaram pela emancipação do nosso município.
Em esperança a DEUS e compreensão e confiança de ter correspondido no curso desse 34 anos com a certeza de um dever quase cumprido.
De seu amigo, idealizador e fundador da nossa querida cidade de Alvorada do Oeste.

MATERIAL COLETADO POR ROSENAIDE APARECIDA TÁVORA EM 2010

HISTÓRIA DE ALVORADA DO OESTE - RO

POVOAMENTO REGIONAL
PERÍODO DOS SERINGUEIROS
O município de ALVORADA D´OESTE surgiu a partir da iniciativa de colonos migrantes procedentes, principalmente das regiões sul e Sudeste do País. Esses colonos avançaram pela floresta seguindo a linha topográfica aberta pela empresa de topografia BASEVI e, tomando posse de marcação feita pelos próprios colonos, porém, as margens do rio Machado ou Ji-Paraná e seus afluentes, entre eles o Muqui, são exploradas por seringueiros desde o final do século XIX.
Por volta de 1988, nordestinos, principalmente cearenses, fugindo da seca subiram os rios amazônico à procura de trabalho os seringais e iniciando assim a ocupação e a formação de povoações ao longo desses rios.
Já na primeira década do século XX, às margens dos principais rios integrantes da bacia amazônica estavam ocupadas por grupos isolados de extratores de látex.
Por volta ainda do final do século XIX (1890), os seringueiros subindo os rios Amazonas e Madeira, iniciaram na foz do rio Machado ou Ji-Paraná, a formação do povoado de Calama e, pelo rio Machado acima na Cachoeira Dois de Novembro, surgiu o povoado do mesmo nome. Na foz do rio Urupá, iniciaram a formação da Vila Urupá, atual cidade de Ji-Paraná, na junção do rio Comemoração ou Melgaço com o rio Apediá ou Pimenta Bueno iniciaram a formação do povoado de Pimenta Bueno.
Em 1970, o Governo Federal promoveu a ligação do Amazonas ao Mato Grosso por meio dos telégrafos, período em que Cuiabá, capital de Mato Grosso, já estava interligada às regiões Sul e Sudeste do Pais.
Para implantação das linhas telegráficas estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, o Governo Federal nomeou uma comissão, que foi comandada pelo engenheiro militar Cândido Mariano da Silva Rondon (Marechal Rondon).
Em 1909, Rondon passa pelas margens do rio Machado ou Ji-Paraná e, em seguinda, implanta diversos postos telegráficos, entre els o posto telegráfico de Pimenta Bueno implantado na junção dos rios Pimenta Bueno com o Melgaço, e o posto Afonso Pena implantado na Vila Urupá (atual cidade de Ji-Paraná).
No final da segunda década e durante a terceira, ocorreu um despovoamento da região. Nesse período o látex sofreu uma grande desvalorização de preços no mercado internacional, ocasionado pela produção principalmente na Malásia, no continente asiático, com seringais plantados a partir de mudas originárias contrabandeadas do Brasil pelos ingleses.
A partir da formação desses seringais eles passaram a competir com a produção brasileira, que eram extraídas em árvores nativas, distantes uma das outras.
No período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Malásia foi ocupada por tropas do exército Japonês e ficou impedida de fornecer a matéria primara para a fabricação de borracha, aos Estados Unidos, Europa e países aliados. A produção de látex da Amazônia brasileira passa a ser de suma importância para o abastecimento desse mercado.
Em 1942, o Brasil e os Estados Unidos da América assinam o acordo de Washington, dando incentivo à produção de látex na Amazônia brasileira. Período importantíssimo para região, pois foi a mola propulsora para o desenvolvimento tanto das vilas de Urupá (atual cidade de Ji-Paraná), Pimenta Bueno e para a criação do Território Federal do Guaporé em 13 de setembro de 1943.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a produção no continente asiático principalmente na Malásia foi retomada e novamente a produção nos seringais brasileiros foi comprometida, ocorrendo novamente uma estagnação na economia regional.
Os seringueiros eram extratores da seiva da árvore conhecida popularmente por seringueiras. Esses trabalhadores geralmente eram arrendatário de terras que estavam sobre o domínio de seringalistas.
Os seringalistas além do domínio de grandes ares de seringais eram que mantinham o monopólio de fornecimento de gêneros alimentícios, roupas, ferramentas e munições, geralmente a preço exorbitantes e que também compravam o látex dos seringueiros.
Os seringalistas construíram armazéns, na época conhecidos pelo nome de barracão, as margens dos principais rios onde os seringueiros comercializavam o látex e faziam suas compras. Nesses locais que existiam grandes barracões sempre se iniciava a formação de um povoado.
Nas proximidades de cidade de Alvorada D’Oeste, as margens do igarapé Água Claras ou igarapé do Inferno, trabalhavam na extração e látex os seringueiros conhecidos por “Mala Velha”.
Esses seringueiros extraiam a seiva da árvore seringueira (látex) e comercializavam em um armazém ou barracão, como era denominado na época, localizado no Rio Muqui.
Os seringueiros não desmataram e nem colonizaram a região.

Abertura da BR 364
Na década de 1960, o governo federal realiza a abertura da BR 364, seguindo o traçado das linhas telegráficas implantadas pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, ligando por rodovias o Território de Rondônia às regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste do País. A partir daí, inicia-se o processo de colonização por migrantes procedentes, principalmente das regiões Sul e Sudeste do País.
No período entre 17 de abriu de 1945 a 17 de fevereiro de 1956, Território Federal do Guaporé e entre 17 de fevereiro de 1956 a 11 de outubro de 1977, Território Federal de Rondônia era dividido em dois município, Porto Velho e Guajará Mirim. Os limites do município de Guajará Mirim abrangiam as margens direita dos vale Guaporé e Mamoré, Porto Velho abrangiam o vale do Madeira até a faz do Maici e o valoe do Machado ou JI-Paraná até suas nascentes próximo a Vilhena. Portanto a área do município de Porto Velho, porém, toda região ainda era floresta, Vilhena, Pimenta Bueno, Cacoal, Vila de Rondônia (atual cidade de Ji-Paraná), Ariquemes era distrito de Porto Velho.




Colonização regional
Com a abertura da BR 364, entre 1960 a 1966, rodovia de acesso ao então Território Federal de Rondônia, construída por iniciativa do presidente Juscelino Kubistchek, deu inicio ao processo de colonização regional. Nessa época, a rodovia tinha as suas margens cobertas pelo verde da floresta amazônica e ao longo de seu percurso entre Cuiabá-MT e Porto Velho passou a desenvolver os poucos vilarejos que haviam surgido com os seringueiros, entre eles a Vila de Rondônia, onde se instalou a colonizadora Calama e deu início à colonização de terras ruais. E próximo a Pimenta Bueno, instalou-se a colonização Itaporanga e iniciou a colonização na região de Espigão do Oeste.
Nesse período, iniciava também a grilagem ou invasão de ares de terras da união, de fazenda e de seringueiros, ocasionando várias mortes nas batalhas entre pistoleiros e posseiros.
O governo federal com argumento de “integrar para não entregar” resolveu promover a colonização do Território Federal de Rondônia. E foi o INCRA o executor do grande desenvolvimento regional.

INCRA
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –INCRA, autarquia federal, foi criado em 09 de junho de 1979, pelo Decreto Lei nº 1.110. Nesse período, o governo federal nomeou o jovem engenheiro agrônomo ASSIS CANUTO, executor do primeiro projeto de colonização, do Território Federal de Rondônia.
Iniciava os anos 70, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA deu início a implantação de grandes projetos de integração e colonização com investimento de valor expressivo para demarcação e distribuição de lotes de terras rurais, abertura de estradas, construção de pontes e implantação de infraestrutura básica e atendimento aos colonos, com recursos do POLONORDESTE.
O primeiro projeto integrado de colonização foi implantado em 19 de junho de 1970, na Região de Ouro Preto d”Oeste, “PIC-OURO PRETO”. Esse projeto foi planejado para assentar mil famílias.
Nesse período foi deflagrada uma campanha publicitária nas regiões Sul e Sudeste do País (Rondônia o Novo Eldorado). O que gerou um considerável fluxo migratório com destino ao então Território Federal de Rondônia, forçando o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA a implantar novos projetos.Novamente foi designado o engenho Agrônomo Assis Canuto, responsável pela implantação.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, implanta em 1972, o projeto integrado de colonização “PIC-GY-PARANÁ” na região do seringal Cacaual à margem direita do rio Machado ou Ji-Paraná, antes mesmo da distribuição dos lotes algumas famílias de aventureiros, migrantes das regiões sul e sudeste do país, chegaram acamparam e permaneceram às margens do igarapé Pirarará, onde surge a cidade de Cacoal.
Em 1873, foi implantado o PIC-Paulo de Assis Ribeiro, que colonizou toda a região do extremo sul de Rondonia. Em 1974, ocorre a implantação das PAD’S Marechal Dutra e Burareiro na região de Ariquemes e em 1975 o PIC-Padre Adolfo Rhol, que colonizou a região de Jaru e ainda em 1975 foi criado o setor Rolim de Moura, uma extensão de PIC-GY-PARANÁ.
As décadas de 70 e 80 foi o período de maior movimento migratório de famílias oriundas das regiões Sul, Sudeste, Centro Oeste e Nordeste do país, com destino ao então Território Federal de Rondonia.
Para a entrega de lotes o coordenador reunia os colonos que iriam receber o título de autorização de ocupação de lotes rurais após realizar uma reunião os colonos embarcavam em carrocerias de caminhões e se dirigiam até o local mais próximo do projeto onde eles eram informados onde seria sua propriedade.

OCUPAÇÃO DO VALE DO MUQUI
As margens da BR 364, já havia sido ocupadas, os migrantes atravessaram o rio Machado ou Ji-Paraná e iniciaram a ocupação de terras, entre os rios Ricardo Franco (Muqui) e Urupá, isso por volta de 1975, e já em 1977, estava ocupada por posseiros até a linha 52, onde em 1979, deram início a formação do povoado de Alvorada do OESTE.
Os primeiros desbravadores realizavam as viagens de Presidente Médici até seus lotes ou posse, andando a pé e, carregando nas costas seus cacaios que pesava em média até 30 quilos, contendo alimentos, roupas e ferramentas. Com o percurso que os desbravadores faziam andando a pé era próximo ou superior a 55 km, eles precisavam de um ponto de apoio para descanso, repouso ou alimentação e o barraco da família do Sebastião Rocha, localizada na eqüina da 8ª linha com a BR 429 era sempre escolhido como ponto de apoio. Alguns desbravadores utilizavam o barco do senhor Wilson Larson que fazia o percurso de Presidente Médici até atual ponde do Rio Ricardo Franco (Muqui), na BR 429.

TRAVESSIA DO RIO MACHADO OU JI-PARANÁ
A travessia do Rio Machado era feito através de pequenas canoas e quando o INCRA autorizou o abertura da BR 429, que em sua primeira etapa foi aberta 16 km de estrada ou seja da BR 364 até a 4ª linha, e a partir de então a travessia passou a ser feito através de uma balsa.
A ponde sobre o Rio Machado teve sua construção iniciada em 1989, porém a obra ficou paralisada por mais de 7 anos. Em 1997 ocorreu a sua inauguração.

ABERTURA DA BR 429
A abertura da BR 429,denominada naquela época de RO-02, teve o início em 1974, com a construção de 16 km, partindo da BR 364 aberto pelos madeireiro um carreador até a 8ª linha e, para chegar onde estava sendo planejado a formação de um povoado, um grupo de colonos reuniram-se e abriram uma estrada utilizando serviços braçais e ferramentas como foice, machado, enxada, enxadão, pá...
Em 13 de agosto de 1980, o Governador do então Território de Rondônia, Jorge Teixeira de Oliveira visita o povoado de Alvorada e autoriza a construção da BR 429 até o povoado. Em 03de setembro foi concluído os serviços de terraplanagem e a inauguração oficial aconteceu no dia 05 de setembro do mesmo ano.






FORMAÇÃO DO POVOADO DE ALVORADA
João Távora Filho procedente da Cidade Gaúcha, Estado do Paraná, chegou à região em 1976, nesse período ele havia feito uma marcação de um lote de terra rural e denominado sítio Alvorada.
Em 1979, a região pertencia à área rural do Distrito de Presidente Médici, município de Ji-Paraná. Quando um grupo de moradores entre eles Furtuoso Alves Figueiredo, Nelson Francisco dos Santos, Satílio Dias França, Altamiro Amaral, Moisés Amaral Silva, Cícero Pedro da Silva e João Távora Filho líder e idealizador do projeto de formação do povoado de Alvorada D’Oeste, reuniram-se com o objetivo de planejarem a formação de um povoado.
A primeira iniciativa deste grupo ocorreu no dia 20 de abril de 1979, nesse dia decidiram pela construção de uma escola, para atender 20 crianças. A escola foi construída na propriedade de Antônio dos Santos, quilômetro 47,5 da então linha topográfica aberta pela empresa de topográfica Basevi (hoje BR 429) distante a 4,5 km do centro de Alvorada D’Oeste. Trabalharam na construção os voluntários: Wilson Larson Neto, Furtuoso Alves Figueiredo, João Távora Filho e sua esposa Zenaide de Souza Távora. Eles trabalharam na construção da escola nos dias 20, 21, 23 e 28 de abril. A professora Zenaide iniciou as aulas no dia 2 de maio do mesmo ano.
No início do mês de julho de 1979, João Távora Filho vai à subprefeitura e convida o administrador do Distrito de Presidente Médici Antonio Geraldo da Silva (Toninho) a conhecer o local, onde eles pretendiam fundar um povoado. Antônio Geraldo admirou-se da corajosa iniciativa de João Távora e de seus amigos em fundar um povoado no meio da floresta. Toninho aceitou o convide e, na manhã do dia 11 de julho do mesmo ano embarca juntamente com João Távora e o grupo no barco do senhor Wilson e sobre os rios Machado e Muqui e improvisaram com folhas de palmeiras sob o chão e dormiram no meio da floresta. Ao amanhecer alguém disse: já é Alvorada, vamos partir. Eles chegaram ao sítio do senhor João Távora por volta do meio dia do dia 12.
Dia 13 de julho de 1979, houve a reunião para a aprovação do local onde iria iniciar a formação do povoado. Participaram da reunião o Administrador do Distrito de Presidente Médici Antônio Geraldo da Silva “Toninho”. Satílio Dias de França, Satílio José dos Reis, Furtuoso Alves Figueiredo, Altamiro Amaral, Cícero Pedro da Silva, Pedro Pereira dos Santos, Expedito Mariano Gaia, Sebatião Dutra, Dalmo Rodrigues de Oliveira, Sebastião Antônio dos Santos, Jacir José de Oliveira, Joaquim José dos Reis e João Távora Filho.
Definido o local para o início da formação do povoado o administrador do distrito de Presidente Médici Antônio Geraldo promete levar aos conhecimentos das autoridades superiores.
Nesse período a região pertencia ao distrito de Presidente Médici, Município de Ji-Paraná. No mesmo mês Antonio Geraldo foi à sede do Município e comunica ao prefeito “Assis Canuto” a existência da formação de um povoado no Vale do Rio Muqui.
No dia 5 de Agosto, os desbravadores reuniram-se e escolheram o Senhor Arinaldo Alexandre dos Santos para coordenar os serviços de desmatamento da área escolhida, Sebastião Alves Neves como cozinheiro.
No dia 10 de agosto deu início a roçada da área onde iriam formar as primeiras quadras. Nesse dia trabalharam sobre a coordenação de Arinaldo 38 homens, no dia 18 de agosto 22 homens e no dia 28 de agosto o Senhor Satílio José dos Reis que era o encarregado da topografia, também, trabalhou na roçada com 10 homens. No final da tarde combinaram que o senhor Epaminondas do Amaral, trabalharia cinco dias com uma moto serra na derrubada das árvores.
Em 05 de setembro foi feita a queimada do desmatamento, sendo o senhor Satílio quem dirigiu que deu inicio a queimada.
Antonio Geraldo da Silva “Toninho” dia 02 de abril de 1980, foi ao local onde estava iniciando o povoado e no dia 3 reuniu com os pioneiros. Nessa região foi aprovado o sistema de distribuição dos lotes urbanos e a abertura braçal das primeiras ruas. Satilio Jose dos Reis ficou encarregado pela distribuição dos lotes e pelos serviços e receberia 50% do valor das taxas de requerimento cobradas pelos serviços de demarcação
Dia 22 de abril de 1980, o governador do então Território Federal de Rondônia Cel. Jorge Teixeira de Oliveira e comitiva visitam o povoado. João Távora Filho aproveita ao visita para pedir ao governador um posto médico e abertura da estrada (BR 429). Nesse período para chegar aos próprios desbravadores haviam aberto com serviços braçais um picadão por dentro da floresta. Em menos de 24 horas o helicóptero do governador retorna abordo o representante da saúde Dr. Manoel Lamego, sub delegado da 3ª delegacia de saúde, de Ji –Paraná.
O vilarejo surgiu em 1980 desenvolveu com rapidez e já em 1984, era um prospero povoado. Suas ruas largas e sem pavimentação, era no período de seca coberto por uma contínua nuvem de poeira, ocasionado pelo movimento de carros que passavam pela BR 429, que atravessa o centro da cidade. E no período chuvoso era a lama e até atoleiro que estava presente no centro de Alvorada do Oeste.



Esses acontecimentos não intimidavam o desenvolvimento, onde, diariamente chegavam dezenas de famílias a procura de adquirir lotes de terras rurais e urbanas e ainda para trabalhar nas dezenas de indústria madeireira que existiam nesse período.



FONTE: OLIVEIRA, Ovídio Amélio de. Evolução Histórica e Geografia de Alvorada do Oeste, 1ª ed. Dinâmica, Porto Velho, 2001.
“Toda Memória tem uma história”
Em 13 de agosto de 1974 cheguei em Presidente Médici vindo do estado do Paraná, mais precisamente de cidade Gaúcha, norte do estado próximo a Umuarama e Cianorte.
Juntamente com a minha esposa Zenaide de Souza Távora e meus cinco filhos: Nilton Cezar, Valdir, Marta Regina, Rosenaide e Nádia Paula.

Estabeleci-me com uma oficina de bicicletas e exercia a profissão de pintor.
Quando o Sebastião Alves Neves (Tião Preto) ofereceu-me uma marcação. E eu perguntei o que é uma marcação? Ele respondeu-me: Marcação é terra rural. E todo entusiasmado respondi: “ Foi isso que eu vim buscar em Rondônia”.
Perguntei-lhe onde ficaria essa marcação? Ele esboçou com os lábios é disse: “ É bem aí”. Ansioso indaguei ao mesmo sobre a distância. Ele disse 52 quilômetros e teríamos de ir de a pé com cacaios nas costas. Todo ingênuo perguntei: O que é Cacaio? Cacaio (risos) E uma calça comprida amarradas em um saco de pano.
Na data marcada saímos (Satilião, Furtuoso, Nelson Preto, Antonio Santos, Zé Carlos, Caetano, Zezinho, Chaguinha, Móises Amaral, Epaminondas, Zé Heleno, Pedrinho, Valdo, Arinaldo, Zé Balbino, Joaquim Barbeiro, Satilinho, Tião Preto, João Távora, Juventino, Dalmo, Sebastião, Aristides, Cachimbo de Ouro, Jorge Mariano e Zé Morais) Presidente Médici. Quem tinha condução (bicicleta) pedalavam pela picada aberta pelo INCRA até a 4ª linha, e atravessavam o rio com barcos ou balsas.
Já com cacaios nas costas e guiados pela topografia adentramos na mata e percorríamos até a 6ª linha e pernoitávamos no RANCHO DAS PIMENTAS. . Na madrugada do dia seguinte, após merendar com um delicioso “Quebra Torto” (café com comida) demos continuidade a nossa jornada, e após descansarmos no topo da serra da 6ª linha, caminhamos até o barraco próximo ao Rio Ricardo Franco, enquanto uns cozinhavam outros iam pescar com anzol de espera, jantamos e pernoitamos sobre as folhas de coqueiros. E o senhor Satilião atiçava o fogo com gravetos para não apagar.
No outro dia, durante o café (comida feita na hora com peixes pescado na noite anterior) o líder do Grupo Satilio falou dos riscos que teríamos ao atravessar o rio e que tínhamos que estarmos sempre perto um do outro.
Não tínhamos experiências com o mato, ao nos prepararmos para atravessar o Rio, o velho Satilião convidou-nos para rodearmos o barraco e nos deparamos com rastros de onça, pois enquanto dormíamos tranquilamente onças rodeavam nosso barraco.
Mesmo assim demos continuidade ao trajeto até chegarmos no barraco do senhor Satilião no km 50. Depois descansarmos o senhor Satilião distribuiu os mutirões para cada marcação. E nisso ficávamos nas derrubando e roçando até acabarem as mercadorias. Voltávamos para Presidente Médici rever a família e trabalharmos para adquirirmos mais recursos para comprarmos mantimentos para a família e para trazer para as marcações.
Nessas andanças percebemos que os seringueiros navegavam com pequenos barcos com rabetas no Rio Ricardo Franco e que na nascente do mesmo morava o senhor Mala Velha e que percorria o rio até o Barracão do Seringueiro José Milton Rios, no Km 12 BR 364, fundos com o Rio Machado, onde negociavam seus produtos. (borracha em troca de produtos).
Convidei senhor Wilson Larson para explorar o Rio, pois o mesmo tinha uma marcação rio abaixo. O senhor Wilson aceitou. Na época das chuvaradas trazíamos mercadorias de barco do Rio Machado até o Rio Ricardo Franco. Posteriormente eram trazidas nos lombos dos animais até o barraco do senhor Furtuoso. Na estiagem o rio era inavegável.
Os cacaieiros adquiriram marcações (lotes de terras rurais) nas: linhas: 40 - residem os cacaieiros e pioneiros: João Munhoz, Pedro da 40, Euclides e Valmor Prá, família Aquiles e outros; - 44 Niel, João Resende e Etiene; 48 – Antonio Paulista, Nelson Arebalo, Jovino, Tião Pé no Chão, Senhor Jordão, Otavio Dourado, Antonio Casais e Pedro da Rocha;
Na linha 52 – Lado esquerdo: Henrique Beliski, Estevão Rack, Joviano Magdalena , José Macedo, Moises Amaral, Epaminondas do Amaral, Jose Heleno, Cícero Pedro da Silva, Adalto, Edmundo, Benvindo, Durval, Geraldo dos Prazeres, Geraldo; Joaquim Paulino. No lado direito: Pedro Gomes Feitosa, Valdo, Zé Balbino, Joventino Mineiro, Joventino Atanazio, Genezio, Expedito, Zé Antonio, Marcelino, Atalibio, Dalir e Lírio Paganini, Pedro Dantzuk, José Belinski, Estevão Raski, Fernando Ferro Barbosa, Jair dos Santos e Chiquilito.
Na linha 60 – Sebastião Dutra e Joao Macena.
Na linha 64 – Paulo Jose Almeida e Jose Ferreira da Silva.
Na linha 68 – Damiao Viana da Silva, Aleixo Ramos Rocha, Geraldo Pereira Santos, Laércio, João Oliveira, Jose Viana da Silva, Francisco Xavier Santos, Avelino Souza, Irineu Ribeiro Santos, Joao Viana da Silva, Jose Joao Oliveira, Claudina Rocha e Zinho Jose Ferreira da Silva.
Na linha 72 - Sebastiao Priano.















Poesia que retrata os “CAcaieiros”
OS CACAIEIROS
Bonifácio Almodóvar
Surge no horizonte da estrada
Um vulto balanceando,
Uma figura pacata,
Esgotada, tropeçando,
Traz no semblante a marca
Do quanto vive penando.

As costas já em feridas
Pelo cacaio pesado,
A roupa grossa em costuras
Em um chapéu desabado,
É ele o Cacaieiros
Nosso valente “soldado”.

Na luta do dia a dia
Deposita confiança,
A terra que planta e colhe,
Sua verdadeira esperança,
Defende-a e morre por ela
Com aparente ganância.

Por essa terra que luta
Enfrenta o sol, a poeira,
A chuva torrencial,
Feras e riscos em fileira,
A doença inimiga,
E às vezes, a morte traiçoeira.

Tudo só por um quinhão
Onde passa o senhor,
Tudo por sua família
A quem devota seu amor,
Tudo isso por Rondônia,
Nosso Território em flor.

Olhai, senhores do mando
Por esses pobres coitados,
Dêem-lhes estradas, dêem-lhes escolas
E sentir-se-ão saciados
Em troca eles nos darão,
Além de pão, um novo Estado!...




Ato contínuo
No primeiro dia de roçada, fizemos marco de madeira e demarcamos as divisas dos lotes.
A primeira demarcação foi do senhor Dalmo, o lote ficava no sentido leste com 170 metros. Há 50 metros da topografia existia uma árvore grossa e comprida. E perguntei que madeira era essa? E Epaminondas (já falecido) respondeu: É um Angelim. E eu disse: “Essa árvore vai ser para a primeira serraria de Alvorada”.
Os demais falavam “esse cara é louco”, só porque o sítio dele chama Alvorada vai ter uma serraria aqui”
No final da roçada simpatizei-me por uma árvore grossa e comprida. Perguntei desconfiado outra vez. Que árvore é essa? Um deles respondeu: É Mogno. E afirmei a todos: “Esse Mogno será para construir a Igreja católica” olharam para mim e falaram baixinho: “Esse cara pirou! Onde já se viu uma Igreja católica no meio da mata”.
Posteriormente começamos a derrubada, eu emprestava a motosserra por troca dias de serviços e trocávamos mercadorias por mão de obra.
Ao fazer o mutirão para construirmos nossos ranchos, o senhor Wilson indagou-me por que o “RANCHO TÃO ENORME” (6 x 9), pois do Satilio era bem menor? Eu respondi que minha família era grande. O senhor Wilson com ares de riso disse: “Aqui nunca vai existir uma criança chorar , nem um galo cantar”.
E eu assegurei que aqui haveria crianças, galos, energia e estrada. E no tom de deboche ele imitou com os lábios o barulho do motor de carro e disse: “Clareou – já ligaram o motor”
Em 1976 permanecia mais tempo no sítio Alvorada, porque desfiz da bicicletaria e para manter o sítio eu ia até Presidente Médici trabalhar de pintor. Em meados de 1977 foram feitas as vistorias do INCRA e a regularização das demarcações. A vistoria ocorreu no dia 21 de setembro do mesmo ano com nº 247/77 pela coordenaria especial do INCRA do Território Federal de Rondônia, que logo recebemos a carta de ocupação de uma área de 100 ha. Denominada Sítio Alvorada, localizada à margem direita do Rio Ricardo Franco, município de Porto Velho.
Em 1978, com os ranchos prontos as colheitas guardadas, as criações em fase de crescimento, começaram a vir às famílias dos cacaieiros e pioneiros.
No início do ano de 1979 minha família (Zenaide Távora, Nilton Cezar, Valdir, Marta Regina, Rosenaide, e Nádia Paula) fixou residência no sítio Alvorada. Com aumento das famílias no lugarejo houve a necessidade de uma escola. Fizemos um diagnóstico para saber a quantidade de demanda de alunos bem como sua localização. Após constatamos que a maioria dos alunos moravam em uma distância de 8 quilômetros de onde seria a sala de aula. (Rancho do Senhor João Távora) então optamos centralizar o trajeto dos alunos, construindo assim a escola no km 47,50, no sítio do Senhor Antonio. A senhora Zenaide Távora, Penha, Wilson, Antonio, Furtuoso e seus filhos e toda minha família trabalhamos incansavelmente na construção da escola. A escola era simples de “madeira lascada”, as carteiras eram tocos fincados no chão.
As aulas tiveram início no dia 02 de maio de 1979 com a Professora Zenaide de Souza Távora, com apenas 20 alunos, tendo como merendeira voluntária a Umbelinda filha do senhor Nelson.
O senhor Joaquim Lopes dos Reis (Joaquim Barbeiro) conduzia com espingarda nas mãos, seus 3 filhos: Sidnei, Jailton e Juraci da Linha 56 da topografia até o sítio Alvorada. Do sítio ALVORADA a professora Zenaide juntamente com os alunos próximo, deslocavam-se até a escola recém construída. E durante todo o ano letivo os alunos e a professora faziam esse percurso. E no dia 03 de novembro a professora do povoado teve que se afastar de suas funções, para dar a luz a uma linda menina, que se chama Nagima Aparecida de Souza Távora.
No final de outubro com a vinda dos servidores da SUCAM, que borrifou os ranchos existentes. Os equipamentos (bombas e D.D.T) vieram de carro até a 8ª linha. e depois carregado no lombo de animais até o povoado.
De volta para Vila de Rondônia os servidores da SUCAM transportou dona Zenaide até ao Hospital, deixando um Posto de Notificação com matérias: lâminas, estiletes e medicamentos necessários para combater a malária.





Início do povoado
No dia 11 de julho de 1979 o administrador do município de Presidente Médici, Antônio Geraldo da Silva (Toninho) e sua comitiva aceitaram o meu convite embarcaram no bote do senhor Wilson e vieram conhecer o novo povoado, e sob folhas de coqueiros pernoitaram às margens do Rio Ricardo Franco, ao amanhecer após o café e comida feita na hora, alguém disse: “Já é Alvorada vamos partir”.
Chegaram ao sítio Alvorada por volta do meio dia (12 horas) onde eu e o senhor Joaquim Barbeiro estava carneando uma anta, abatida na madrugada, nas margens do Igarapé do sítio do senhor Joaquim.
O Toninho e comitiva pararam em frente ao Rancho e avistou além da anta uma placa com o símbolo de Brasília e mais o nome do sítio de Alvorada e o nome do proprietário: João Távora Filho.
O Toninho disse-me: “Joãozinho se sair mesmo essa porcaria de cidade que você quer fundar no meio da selva - Eu vim porque gosto muito de você .Onde já se viu fundar uma cidade no meio da mata. – Você esta ficando louco.”
No dia 13 de julho de 1979 o senhor João Távora em companhia do Toninho, e mais os pioneiros e cacaieiros: Satilio Dias de França, Satilio Jose dos Reis, Furtuoso Alves Figueiredo, Altamiro Amaral da Silva, Cícero Pedro da Silva, Expedito Mariano Gaia, Sebastião Antonio dos Santos, Dalmo Rodrigues de Oliveira, Joaquim Lopes dos Reis, Lacir Jose de Oliveira, Sebastiao Dutra e Pedro Teixeira da Silva, visitam e aprovam o local da futura cidade escolhido por João Távora.

Dia 14 de julho de 1979 – O Toninho e comitiva voltam de barco do senhor Wilson Larson para Presidente Médici para comunicar aos administradores de Vila de Rondônia (Ji-Paraná) e ao Governo do Território Federal de Rondônia “TEixeirão”. Recentemente empossado no dia 10 de abril do mesmo ano.
Em uma reunião dia 05 de agosto de 1979 no Rancho do sítio Alvorada, onde estavam presente os senhores:Altamiro Amaral, Cícero Pedro da Silva, Pedro Gomes Feitosa, Arinaldo Alexandre dos Santos, Sebastiao Alves Neves, Satilio Jose dos Reis, Moises Amaral da Silva, Epaminondas Amaral da Silva, Furtuoso Alves Figueiredo e Joao Távora, o mesmo sugere que fosse feito uma clareira nas 4 quadras demarcadas, com os seguintes responsáveis: Arinaldo pela desmatação; Sebastião Alves Neves para cozinhar; Satilios Jose dos Reis pelos serviços topográficos. Ficando para o Dia 10 do mesmo mês o inícios das atividades.
No dia 10 de agosto, sob o comando do senhor Arinaldo 38 homens iniciaram a grande e corajosa jornada, no qual as primeiras quadras mediam 100x100 metros, áreas remanescente de 800x1000 desmembradas dos lotes do senhor Valderi Rocha Rodrigues, Antonio Lisboa dos Santos, Sebastião Antonio dos Santos e Dalmo Rodrigues de Oliveira. No dia 18 de agosto apenas 22 homens deram continuidade aos serviços;
No dia 08 de setembro com o afastamento do senhor Arinaldo e família, o senhor Satilinho assumiu o comando do serviço e trabalhou com 10 homens. O senhor Epaminondas durante os dias 10,11,12,13 e 14 do mês de setembro, derrubou com motosserra as árvores das quadras ora citadas.
No dia 05 de outubro o senhor Satilinho ateou fogo na derrubada, ficando responsável pelo loteamento da área.
No dia 06 de outubro - João Távora Filho foi à Ji-Paraná (Vila de Rondônia) fazer um Curso de Enfermagem no Hospital Regional e convidar o Padre Romano para realizar a Missa Campal.
No dia 10 de outubro o mesmo retornou a Presidente Médici e juntamente com Toninho, Otavio Dutra, Jovelino Jovino de Oliveira, visitam o administrador Assis Canuto onde o mesmo promete ajudar o povoado e a convidar o Governador “Teixeirão” para visitar o povoado. O mesmo questionou ao senhor João Távora sobre o tamanho do povoado e o mesmo respondeu que era 800x1000, “mas que o povoado seria uma grande cidade”. Questionou acerca do nome e o senhor João Távora disse que seria ALVORADA, coincidindo com o pensamento do Toninho.

Eu disse ao Assis Canuto que na visita do Ministro Mário Andreazza à Ji-Paraná (ex-Vila de Rondônia) em seu discurso saudou a população local de “POVO DO OESTE BRASILEIRO” , então o administrador completou: “ALVORADA D’OESTE”. No mesmo dia comissão vão ao INCRA e pedem a demarcação de terras (vistorias) que logo em seguida foi vistoriada pelos técnicos e demarcadas pela BASEVI.

PRIMEIRA MISSA CAMPAL
A Missa Campal foi realizada pelo Padre Roman Klibonski (PADRE Romano) acompanhado pelas irmãs: Dione e Márcia, no dia 21 de janeiro de 1980 embaixo de uma árvore coberta por uma lona, havendo o primeiro casamento de Arnaldo, filho de Arinaldo e Eutália dos Santos com Maria Vilma filha de Dalmo Rodrigues de Oliveira e Maria de Oliveira e os batizados de: Luzia Vitorino da Silva, Francisco Marinho Germiniano e Marcos Oliveira dos Santos. Assentando a “pedra fundamental” em dois lotes (datas) de uma das quadras urbanas para a construção da Igreja Matriz e a casa das irmãs, local requerido anteriormente pelo senhor Toninho aos fundadores, no ensejo a Dona Idalina Marques Larson adquiriu uma Bíblia Sagrada de Alvorada d’Oeste do Padre Romano.




CONSTRUÇÃO DA IGREJA E ESCOLA
Com arrecadação de taxas de 200 cruzeiros por terreno, iniciamos a construção da Igreja Católica feita de lascas de coqueiro e coberta de taboinhas na quadra reservada para a matriz.
E a Escola Santa Ana na quadra 11 lotes 16 e 17 na Rua Guimarães Rosa atual dependências da EMATER.
As aulas iniciaram no dia 01 de março de 1980 com a Professora Zenaide de Souza Távora e seus alunos.
Com as sobras de madeiras foi construída o rancho do OSMIR MARTINS FERREIRA, na topografia da futura rodovia RO-02 atualmente existe a Padaria Meneguci e o rancho do senhor JOSE SOARES PEREIRA, popular “Cachimbo de Ouro”, na topografia da futura RO-02.

A primeira família a morar nela foi a do Silveriano Pereira Rodrigues, “Padeiro Preto” com Dorvalina e seus filhos: SIRLENE; SANDRO; SIRLEN; SANDRA; DIOVANE E SILVANE. Colocando um bulicho, no qual trazia as mercadorias da 4ª linha em um lombo do animal do senhor Nelson Arebalo. Recentemente no local é o Supermercado Central Mais.

Dia 03 de abril de 1980, houve uma reunião para a escolha do primeiro administrador de ALVORADA D’OESTE, para distribuir lotes da área urbana foi escolhido o senhor Satilio Jose dos Reis, conhecido “Satilinho”, que ocupou o cargo até final de outubro do mesmo ano. Surgindo uma ideia de que cada proprietário de lotes deveriam fazer um picadão ou picada na topografia da futura rodovia RO-02 da 8ª linha até as margens do Rio Ricardo Franco e do Rio Ricardo Franco à Alvorada d’Oeste. Iniciando assim no dia 10 de abril do mesmo ano a roçada da RO-02 e neste mesmo dia, comemoramos o primeiro ano de governo do Teixeirão e tivemos a presença do Padre Silvino que rezou a primeira missa na igreja construída de lascas de coqueiro e coberta de taboinhas.
Dia 22 de abril de 1980, tivemos a visita do Governador Teixeirão e sua comitiva no povoado, estavam presentes: Assis Canuto - Prefeito de Vila de Rondônia; Antonio Geraldo “Toninho” – administrador e José Bianco – Diretor de Esporte e o Dr. Manoel Lamego.
O Governo Teixeirão disse aos presentes: “DEUS GUIA OS CACAIEIROS E PIONEIROS DE CARÁTER NA FRENTE E DEPOIS DE TUDO PRONTO O DIABO TANGE OS RATOS ATRÁS”.
João Távora aproveita a presença do governo no povoado e pede o patrolamento das picadas aberta pelos pioneiros, energia elétrica, bem como um posto médico. O patrolamento foi concluída em 20 dias (13/08/1980 à 03/09/1980). Inaugurando-a no dia 05 de setembro, bem como o Comemorou-se o Dia da Independência do Brasil, com fanfarra, asteamento da Bandeira do Brasil e com um grande desfile dos alunos da Professora Zenaide Távora. O governador e sua comitiva almoçam com a comunidade carne de caça e mandioca, originada da linha 48 pelo senhor Nelson Arebalo.

Dia 16 de outubro de 1980, iniciou a construção da Termo Elétrica da CERON, no terreno 80x100 metros, doado pelo senhor João Távora Filho. E o primeiro motor gerava energia no período de 18:00 horas às 23:00 horas. Ampliando paulatinamente o tempo e o terreno, terreno esse que em 1997 foi ampliado 10x80 metros para assentar mais dois motores geradores.
Dia 22 de outubro de 1980 o engenheiro Civil Mario Olvil e como mestre de obra Valdir Moreira da Silva ao iniciar a construção do HOSPITAL F/SESP, perceberam que o terreno era pequeno e pediram ao Senhor João Távora um terreno maior no qual o mesmo, doou um terreno 100x100 para a construção do Hospital. Onde com o término do estágio do Curso de Enfermagem ficou responsável pelo Posto de Saúde no povoado. E em 01 de agosto de 1981 foi contratado pelo Governo do Território Federal de Rondônia como auxiliar de serviços médicos - classe A – referência 11. E em 14/01/83 o mesmo pede rescisão do contrato
DESFILEE ESCOLA SANTA ANA


PONTE RIO RICARDO FRANCO


ELEIÇÕES 1982
Nas eleições de 1982 foram eleitos pelo PDS: Odacir Soares; Claudionor Roriz e Galvão Modesto – Senadores ; Assis Canuto e outros – Deputado Federal; Jose de Abreu Bianco e outros – Deputado Estadual; Jose Cunha e Junior e Carlos Morong – Prefeito de Presidente Médici e José Paulino PDS e Osmir Martins Ferreira/PMDB e outros para vereadores.
Dia 09 DE ABRIL DE 1984 foi desmembrada a área urbana dos lotes rurais.
Dia 03 de maio de 2003, por ocasião da limpeza da cidade para a comemoração do XVII aniversário de Emancipação Política e administrativa o senhor João Távora pediu ao Prefeito Paulino Ribeiro Rocha que ouvisse o senhor Jose de Almeida da Silva, após a conversa o então prefeito contratou o mesmo que prestou serviços ao município um ano e quatro meses e quatorze dias.
No ano de 2000 o Prefeito Municipal Paulino Ribeiro da Rocha recebeu a visita do outro Superintendente do INCRA, Anselmo de Jesus e Eduardo Valverde – Deputados Federal e Jose de Almeida e articularam o registro o desmembramento da área urbana. Havendo somente o registro no final do mandato do Prefeito (17 de setembro de 2004). Deixando para o outro administrador uma emenda parlamentar de R$ 75.000,00. (Dep. Marinha Raupp) para executarem o Plano Diretor Participativo.
Aproximadamente cinco anos depois (18/09/2009) houve uma audiência pública de regularização fundiária de baixa renda, improdutiva.
E no dia 17/09/2010 depois de 26 anos, 05 meses e 18 dias, por meio da DNIT e FUNDAÇÃO RICARDO FRANCO houve a 2ª audiência pública, que apresentaram o pré Programa de Apoio às prefeituras e Plano Básico Ambiental da Rodovia BR 429. Estando presente: João Távora, Joviano Magdalena , Souzinha do SAAE dois representantes da Casa Legislativa (PT – PV) Professora Rosenaide Távora e seus alunos do Ensino Médio, não existindo no local os representantes do município;(prefeito e vice) presidente do legislativo municipal; os sete vereadores.

1º TIME EM ALVORADA – NACIONAL


CONSIDERAÇÕES
Considerando as tarefas incumbidas a mim foram executadas com perseverança e dedicação e, embora sabendo de que nem sempre conseguimos só acertar uma vez que somos humanos, continuamente tentei alcançar o maior número de acertos. Considerando ainda que até então poucas realizações foram concluídas pelos governantes locais que aqui antecederam. Apesar de incompreendido e injustiçado pelos “ratos” que assume o poder político desde de 1987 que contribui com uma parcela satisfatória no fundação, desenvolvimento e divulgação de Alvorada do Oeste, bem como no área do esporte. Pois em se tratando de setores polêmicos de renovação de ideias nesta área, seria sempre benéfico ao desenvolvimento de nossa cidade, estado e nação.
Contando com a compreensão de nossos munícipes, de minha esposa e filhos contentes e descontentes por derradeiro desejo consignados o apoio de minha família, dos pioneiros, cacaieiros, dos colaboradores indiretos do governador Jorge Teixeira ( Teixeirão) do prefeito Assis Canuto, do administrador de Presidente Médici – Toninho, do vereador Osmir Martins Ferreira do PMDB e JOSE PAULINO DE OLIVEIRA DO PDS e do Dep. Est. Jerzi Badocha do PMDB que lutaram pela emancipação do nosso município.
Em esperança a DEUS e compreensão e confiança de ter correspondido no curso desse 34 anos com a certeza de um dever quase cumprido.
De seu amigo, idealizador e fundador da nossa querida cidade de Alvorada do Oeste.